O método de drenagem linfática manual surgiu em Paris, em 1932, foi desenvolvido pelo terapeuta dinamarquês Emil Vodder que trabalhava junto com sua esposa, na Riviera Francesa, por isso, é muito mais popular na Europa que no Brasil. Considerado um método de massagem altamente especializado, deve ser realizado por fisioterapeutas ou profissionais com profundos conhecimentos de anatomia e fisiologia do sistema linfático. Ao contrário do que se pensa, a Drenagem Linfática não dói e se bem empregada pode combater um dos maiores inimigos da mulher: a celulite. A massagem consiste em manobras suaves, lentas, rítmicas e relaxantes, com os dedos ou as mãos de acordo com a zona do corpo. Uma pressão que cause dor pode romper vasos e formar hematomas, trazendo complicações para o quadro da paciente. Também se deve ter conhecimento de que os capilares linfáticos estão localizados logo abaixo da pele e acima dos músculos, portanto não existe "Drenagem Linfática Profunda", isto é propaganda falsa! MÃOS DE FADA... De acordo com a fisioterapeuta, Cibele Rocha Maróstica, a Drenagem Linfática deve ser exclusivamente manual, não é recomendado fazê-la com ajuda de aparelho de endermologia, com o intuito de intensificar a massagem, como algumas clínicas prometem. “A Drenagem Linfática é manual, porque só manualmente se consegue respeitar a fisiologia do sistema linfático”, informa. Também se engana quem espera por uma massagem pelo corpo todo, pois a Drenagem Linfática é direcionada. Apesar de durar em média uma hora e meia, é realizada somente na região necessária. “Trabalha-se a queixa do paciente, contudo, se a massagem é realizada nos membros inferiores, por exemplo, todo o tronco também será beneficiado, pois a estimulação dos gânglios libera o ducto principal”, explica. ESTÍMULO DA CIRCULAÇÃO Os movimentos da massagem seguem o trajeto dos vasos linfáticos, o que melhora as funções essenciais do sistema venoso e linfático. A principal finalidade é mobilizar a corrente de líquidos que está dentro dos vasos linfáticos com objetivo de movimentar a linfa em direção aos gânglios (nos capilares linfáticos, esse líquido passa a se chamar linfa). Esta prática melhora a circulação sanguínea, por isso, é recomendada no tratamento de celulite, porque elimina líquido. Podem causar a retenção de líquidos uma dieta rica em sal e gordura, alterações hormonais, problemas circulatórios, processos inflamatórios, roupa apertada, entre outros. Assim, o corpo fica sobrecarregado por um excesso de liquido que não consegue reabsorver, ocasionando a celulite. A estagnação dos gânglios linfáticos também pode causar dor, desconforto e corpo inchado. A estimulação da circulação linfática ajuda o corpo a eliminar toxinas e auxilia na nutrição dos tecidos. Embora todos os tipos de massagem estimulem a corrente linfática, a técnica de Vodder é focada na drenagem do excesso linfático. “A Drenagem Linfática também é ótima para cólicas menstruais, em gestantes alivia dores nas pernas e a sensação de peso, também funciona muito bem para minimizar hematomas e evitar processos fibróticos nos pós-cirúrgicos, como plásticas e lipo”, recomenda. REGENERAÇÃO DOS TECIDOS A Drenagem Linfática Manual é recomendada para o desaparecimento de inúmeras formas de edemas como, por exemplo, edemas pós-operatórios; o edema do braço depois de uma mastectomia; assim como os edemas pós-traumáticos, como os que aparecem quando se faz uma fratura. De acordo com a Dra. Cibele Rocha, a massagem estimula o processo ou imunológico, aumentando na zona cortical dos gânglios linfáticos, a produção de linfócitos, cujo núcleo tem um papel alimentício e regenerador para os tecidos. Este fenômeno foi observado em úlceras varicosas, osteoporoses, enxertos de órgãos e celulites. EFEITO RELAXANTE... A Drenagem Linfática Manual exerce uma ação sedante, tranqüilizante e relaxante. De fato, quando se inicia o tratamento, a maioria dos pacientes sente que os seus músculos se relaxam, as suas pálpebras pesam e uma sensação de torpor invade-os. No entanto, não é recomendável a utilização de cremes ou óleos de massagem nesta técnica. De acordo com a Dra. Cibele Roha isto acaba atrapalhando a realização das manobras e a pressão específica das mãos fica comprometida. “Nada impede de utilizar óleo essencial para aromatizar o ambiente”, diz. Também é comum sentir vontade de urinar com mais freqüência após a sessão, e este é um sinal que a Drenagem Linfática foi bem feita, pois estimula ao funcionamento dos rins e todos os detritos acabam sendo eliminados naturalmente através da urina. Devemos sempre fazer Drenagem Linfática para uma boa qualidade de vida, pois além de todas as indicações já citadas, ajuda a combater o stress, proporciona regeneração e defesa dos tecidos, aumenta a eliminação de toxinas por diurese em até 24 horas. INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES “Qualquer pessoa pode receber esta massagem, não precisa necessariamente estar com algum problema”, explica Cibele. A Drenagem Linfática somente possui contra-indicação absoluta em casos de trombose venosa profunda e quando existe a suspeita ou se está em tratamento do câncer. Pessoas cardíacas ou com a pressão alta possuem contra-indicações relativas, salvo quando controladas por medicamentos. É absolutamente indicado para gestantes, principalmente, para aliviar as dores do corpo muito inchado nos últimos meses da gravidez. O que é drenagem linfática? Como ela é feita? É uma técnica de massagem que estimula o sistema linfático a trabalhar em um ritmo mais acelerado, mobilizando a linfa até os gânglios linfáticos. Por esse processo são eliminados o excesso de líquido e as toxinas. “A drenagem linfática pode ser feita de forma manual, mecânica ou por meio de uma modalidade mais recente, a eletroestimulação”, conta Cinthia Ito, fisioterapeuta da Clínica Luciana Lourenço Dermatologia, em São Paulo (SP). Ela é aplicada com movimentos de pressão leve, suave, rítmica, lenta e precisa. Muita gente diz que a drenagem é dolorida. Tem que doer para funcionar? Não. A finalidade da drenagem é coletar os líquidos presos entre as células, colocá-los nos vasos capilares e, por meio de variados movimentos suaves, fazê-los caminhar para que sejam eliminados. Por isso mesmo, a massagem deve ser rítmica, sem muita pressão — já que a linfa corre na superfície da pele e seu fluxo é relativamente lento e precisa ser respeitado. Assim, não há a necessidade de manobras que provoquem dor ou desconforto. “A idéia é que ela seja inclusive relaxante, causando bem-estar”, conta a fisioterapeuta Roselaine Marques. O que acontece é que os locais com inflamação ou cicatrizes recentes podem estar mais sensíveis. A massagem deixa a gente roxa? Não deve deixar, enfatizam todos os especialistas entrevistados. “O surgimento de hematomas indica que o estímulo foi muito agressivo e houve rompimento dos vasos e capilares venosos. Como já foi dito, a drenagem linfática verdadeira é suave”, diz a dermatologista paulistana Jozian Quental. A drenagem linfática profunda é capaz de modelar o corpo? Qual a diferença entre ela e a clássica?A maioria dos especialistas afirma que a drenagem linfática não pode ser chamada de profunda. “Drenagem linfática é um estímulo externo do trabalho natural da linfa. Só existe uma maneira de fazê-lo: com manobras precisas, lentas, leves e superficiais”, alerta a dermatologista Ligia Kogos, de São Paulo. “Muita gente confunde drenagem linfática com massagem clássica modeladora, executada com maior pressão das mãos para trabalhar os nódulos celulíticos e porções de gordura localizada e que pode, inclusive, deixar o corpo roxo”, conclui. Mas ela funciona sozinha? Depende do que se espera do tratamento. Para reduzir a retenção líquida e favorecer a eliminação de toxinas, a drenagem oferece bons resultados. Para quadros de celulite e gordura localizada mais graves, costuma-se associar o uso de ultra-som, ondas eletromagnéticas que facilitam a dissolução de nódulos e gordura.drenagem linfática Qualquer que seja a causa dos furinhos — má alimentação, sedentarismo, cigarro, alterações hormonais, stress —, eles começam com um processo de retenção de líquido que acarreta má oxigenação do tecido. Sem a devida nutrição, ele endurece até formar os nódulos. “A drenagem quebra esse ciclo eliminando a retenção de líquido”, explica a personal e esteticista Luciane Moraes, de São Paulo.E a gordura?Quando bem feita, a drenagem diminui a retenção de líquido em áreas do corpo que estão propensas ao acúmulo de gordura, como abdômen, coxas e culote, além de ativar o metabolismo, favorecendo a queima dos estoques de gordura no corpo. E contra a flacidez, existe algum resultado efetivo? Há controvérsias. Alguns profissionais defen-dem que ela não tem ação sobre a flacidez; outros, que ela melhora um pouco a aparência da pele, já que facilita a oxigenação local e a organização das células e fibras de sustentação. “A drenagem linfática pode contribuir na prevenção da flacidez de pele, pois está produzindo um tecido mais bem nutrido, mas ela não recupera a flacidez já existente, principalmente se houver sobra de pele”, explica Viviane Brant de Carvalho, da clínica Thyfere. “Para esses casos, existem métodos como a endermologia, intradermoterapia eprescrição de cremes com ativos como o DMAE.”Há a necessidade do uso de um creme para a massagem? Por quê?Existem várias linhas de aplicação para a drenagem linfática. A técnica Leduc, uma das mais utilizadas, abre mão de cremes e recorre apenas aos movimentos suaves. Outros métodos usam cremes para melhorar o deslizamento das mãos.Quantas sessões são indicadas para os primeiros resultados?Recomenda-se um mínimo de dez sessões para um resultado efetivo. “Mas, na primeira sessão, pode-se observar melhora visível no inchaço, na circulação, e no funcionamento do aparelho digestivo”, conta Vanda Regina, da rede Jacques Janine. Há algum caso em que a drenagem é contra-indicada? Ela é contra-indicada para mulheres com diagnóstico de tumores, abscessos e nódulos não-identificados. “As que têm histórico de problemas circulatórios serão as mais beneficiadas com a ação da drenagem, pois será mais visível a diminuição da retenção de líquidos. Mas ela apresenta bons resultados para todas”, explica a dermatologista Ligia Kogos